Levou o meu coração e nunca mais voltou

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Isso não é um texto sobre o que foi amor.
Certa vez li que isso seria "arrumar o quarto do filho que já morreu".


É olhar para o lado e não encontrar.
É olhar pra trás e ver que está distante.

É a ausência de um abraço,
um apelo por um aconchego.

É aprender a conjugar os verbos no passado.
Como se fala mesmo quando algo ainda vai acontecer?
Esqueci.

É ter que fechar os olhos para enxergar.
Olhos abertos já não captam nada.

É aquela blusa velha, suja, rasgada que você não abre mão.
Um cordão que não sai do pescoço.

Uma frase melancólica escrita e reescrita em todas as agendas.
Sem destinatário.

É escutar Tim Maia,
Zeca Pagodinho.

É o colarinho da cerveja.
Agora só bebo sem essa espuma branca.

É questionar a fé, a igreja, o médico, o amor.
Cadê? Quem me roubou?

E, pra mim, é aquela velha disputa vasco e flamengo.
Isso não é sobre o que foi amor.
É sobre o que sempre será amor.
É sobre a saudade.

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