Lara Croft didn't need a reboot. Tomb Raider did.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Em time ganhando não se meche? Então, tem gente que não anda pensando assim.

Desde que Tomb Raider foi criado em 1996, Lara é um ícone no mundo dos games. Entrou no Guiness Book como a heroína mais bem sucedida no mundo dos jogos. Teve a primeira grande recaída após o fracasso que foi TR 4: The Last Revelation (matar a personagem principal não é uma coisa legal. Isso é pra você também God of War 3!). Entretanto, após uma reformulaçãodemorada dos jogos, Tomb Raider voltou ao ápice.

A grande questão é que, com todos os fracassos e alguns jogos ruins, Lara Croft sempre foi a mesma. Inclusive no The Last Revelation, quando ela ainda é uma menina sendo guiada, a personalidade forte de Lara está presente, o instinto de sobrevivência e a imagem de uma mulher forte. Agora, 17 anos após o nascimento dessa heroína, querem desconstruí-la. Não somente querem, como o fizeram. Assim que o jogo "A Survive is born" for lançado, em março, irei comprar e jogar. Só que o que já vi sobre a nova Lara, me decepcionou.

21 anos, perdida, fraca, inocente. Lara não é mais uma guerreira, mas uma adolescente perdida na floresta e que somente quer sobreviver. Lara que, antes, nunca precisou de ajuda, agora passará uma fase inteira procurando por alguém que possa salvá-la. A imagem de mulher forte, independente e guerreira se esvaiu. Antes, o que mais me perturbava era a ausência das características físicas e dos objetos clássicos; a trança, a mochila, as pistolas, os peitões. Agora, preocupa-me o motivo de terem retirado a minha Lara de mim (e de todos que crescemos jogando TR).

A cada novo vídeo ou texto que leio sobre essa "nova" Lara Croft, sinto que simplesmente acabaram com Tomb Raider, roubaram sua história e colocaram uma garotinha qualquer para ser personagem jogável. Em que planeta uma garota daqueles iria sobreviver em uma ilha perdida? Lara sempre foi foda por ser a Lara; por ser uma mulher que poderia ser sexy, sem perder a garra. Uma mulher que poderia ser guerreira. Uma mulher que poderia ser mulher sem ser indefesa.

É impossível não fazer uma comparação mental entre a Lara-criança de antigamente e essa Lara-adolescente de agora. A menina de duas tranças que se perde do guia e rouba a mochila de uma caveira era muito mais Lara do que essa garota de cabelos curtos que não sabe nem andar direito. Quiseram colocar realismo no jogo, mas o que fizeram foi retirar completamente toda a personalidade da Lara. Se antes ela já era uma personagem-objeto graças as suas roupas curtas, seios enormes e pernas torneadas, agora ela é um masturbador mental para os que querem ver a fragilidade feminina em jogo (literalmente). Usam a desculpa de que o jogo tornou-se realista, mas guardam o esteriótipo de que uma mulher como a Lara de sempre não poderia existir. Uma mulher com as feridas de Lara, seria uma guerreira. Só que, na visão desses mascus, mulher não pode ser racional o tempo inteiro. Sem a fragilidade, Lara não seria real.

Tomb Raider precisava ser refeito. Precisava de gráficos melhores, enredos mais elaborados e um jogo maior. Tomb Raider precisava ser revisto, reanalisado e remontado. Lara Croft já estava pronta, não precisava de acréscimos nem débitos. Não precisavam mexer na personagem, mas sim na forma como o jogo é montado. Ao invés disso, preferiram mudar a forma como ela reage no jogo. Tiraram a minha guerreira e jogaram no lugar uma mulher que simplesmente não se encaixa no contexto.

Lara não é frágil. Nunca será.

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